quinta-feira, 20 de junho de 2019

Testemunho de um Renascido
Avizinha-se a terceira odisseia ao Monte, e ainda pelejo com as palavras sobre a segunda. Não que me seja difícil escrever sobre tal, o problema é inverso: como vou escrever pouco sobre tanto? Não queria compor um texto longo para não se tornar maçador, mas torna-se complicado encaixar em poucas linhas o muito que quero partilhar. Assim sendo, tomei uma resolução para comigo mesmo: para não ser infiel aos sentimentos, optei por tentar ser sucinto, mas sem abandonar as partes que desejava partilhar, o que na prática vai originar um texto semi-longo. Paciência. O Joaquim merece todos os elogios pelo seu fantástico trabalho, e o Monte da Fonte ganhou lugar cativo de presença assídua na minha memória, pela evolução emocional e espiritual que me despertou no Ser, ao elevar a frequência vibratória das energias, manifesta em novo modo de pensar e novas atitudes enriquecedoras da apreciação da Vida, com maior amplitude, a sentir cada instante vivenciado com maior intensidade. Gratidão, reconhecimento, aceitação… têm agora um sentido mais lato, está em andamento a “Operação Renascer”. Amigo Joaquim, autêntica Fonte do Monte, jorro de luz apaziguante das sedes da alma, estou-te grato por cada feixe luminoso com que iluminas a escalada até ao âmago do Ser. Poderás dizer: “Apenas te fiz relembrar”, e eu responder-te-ei: “Sim, mas foste Tu”. Todo o Ser tem a semente do Verdadeiro Amor, a marca da Origem, e deve procurá-la dentro de si para fazê-la desabrochar. Uma vez descoberta, o meu Eu reconhece que foi essencial conhecer-te, ensinaste-me a irrigá-la para que possa germinar, ganhar raízes e florescer para se revelar. Gratidão Eterna, Grande Amigo do Coração e da Alma.
A revisita à Fonte no retorno ao Monte
Com a essência impregnada pelas sensações absorvidas na primeira estadia, justificava-se uma segunda visita a curto prazo para solidificar a “técnica de regadio” enquanto tudo estava ainda fresco, e para além dos motivos descritos, havia um outro – era o cantinho ideal, continha todas as características para se comemorar lá um momento especial. Bastou uma chamada, e a visita proporcionou-se de pronto. Até o tema de então era apropriado: Retorno à Fonte. Vou então dar o meu testemunho sobre esse Retorno.
Ainda não havíamos descolado do Monte na visita-estreia para tornarmos à base, e já a saudade de um regresso pairava nas mentes, tal era o impacto causado na alma pela estadia naquele lugar, onde o céu está tão próximo da terra que é possível ter um pé em cada uma das dimensões, e obter equilíbrio entre elas sob a orientação e métodos do Mestre Joaquim. 
Tornados à terra de todos os dias, onde o sol passa a correr sem quase se poder apreciar, gravitava nos espíritos a vontade de transportar de novo os esqueletos àquele lugar, onde os dias têm mais cor, mais aroma, mais intensidade. A ideia de vivermos lá a celebração da data de nascimento da minha amada esposa, latejava-lhe na vontade, e o Universo funcionou a favor da intenção desejada. Ao materializar-se a vontade depois de confirmada a possibilidade de retornar no dia pretendido, o desassossego alterou o andamento ao relógio, ficando as horas suspensas, a gotejar lentamente.
Finalmente, alvorou o Sol dessa abençoada manhã. Depois de todos os expedientes resolvidos, a máquina fez-se ao caminho com o agregado familiar – trio humano, expandido a quarteto pelo animal de estimação – navegando estrada abaixo por entre as belezas naturais, até desaguarmos na Fonte.
O sol iluminava já outra face do planeta na hora do desembarque, e à receção, o trajar dos presentes era primorosamente estranho; trajavam cerimonialmente para a ocasião especial, segundo nos foi informado. Ao integrarmo-nos no ambiente, fomos convidados a aperaltar-nos ao modo dos restantes, improvisando com recurso à imaginação – valia tudo menos exibir a vestimenta original, ofertada pelo Criador – excelente modo de espantar cansaço e desentorpecer a mente, depois de horas a ver traços esbranquiçados e árvores a correr em sentido contrário.
Entre risadas e elogios à coleção das fatiotas inspiradas na sã loucura, serviu-se como aperitivo à janta uma dose de bom humor, que se prolongou pela fantástica refeição, temperando-a com mais uma mão cheia de boa disposição. Até o bolo de aniversário condizia a rigor: escangalhado, e trajado de formiga. Ou, seriam as formigas trajadas de bolo?!!! Não entendi bem. Finda a refeição vestiu-se a compostura formal de adulto, seguindo-se o momento de todas as gratidões, habitual espaço de inauguração e conclusão das atividades dos dias, onde os “Eu” se reencontram em si mesmos e com os outros presentes, partilham sentimentos e energias imbuídos no Espírito do Amor Universal, momento essencial à evolução do Eu.
Iniciava-se com a prática da meditação o motivo principal da viagem ao Monte, que era prosseguir o rumo da jornada inicial na exploração do Eu Sou, em análise dos diferentes mundos e sistemas de Vida que povoam o universo interior, para estabelecer ligação mais sólida e aprofundada com a essência divina, criar unidade com a centelha luminosa que permanece abafada dentro de um Eu disperso e dividido entre as suas duas realidades. Esta intenção resumida, até dava um slogan promocional ao espaço: «Monte da Fonte, portal multidimensional promotor da sintonia entre o Eu interior e o Eu universal, no universo de cada Ser».

Para a estadia não levava na bagagem planos nem expectativas, apenas ser e estar, com espírito aberto à novidade, programado para funcionar em “modo absorvente” de toda a substância benéfica ao crescimento da alma e recetivo a tudo que pudesse servir esse intento. O objetivo final é retornar àquele estado de infância onde o viver era descomplicado e a mente tinha campo aberto à fascinação das descobertas, fundir esse estado com o plano de perceção atual para apreciar continuamente maravilhado as dádivas divinas manifestas na Natureza, sentir a magia do Seu Amor que transparece pelas variadíssimas formas de Vida, e viver o que me resta nesta dimensão radiante pela consciência de Ser uma célula grata no fantástico Universo. 
Ora, para alcançar o objetivo proposto, sinto que não é possível lá chegar sem atingir um estado de paz interior, e aí entra em campo o Monte e creio plenamente que tudo pode evoluir do sonho ao concretizável com continuadas visitas e aplicação das terapias da alma do Estimado Amigo Joaquim. Ao transpor aquele portão, sinto-me entrar num perímetro envolto em Amor incondicional que isola do exterior. É como que um campo desmagnetizante das tralhas do mundo, dissipador das interferências por elas provocadas, e são essas tralhas que me dificultam o alcance à voz silenciosa da Luz, apenas percetível com paz no Ser, fundamental à contemplação das maravilhas da Vida.

Um efeito fantástico dessas terapias, é que o diferente tipo de práticas desde a meditação, períodos de silêncio, caminhadas,… estabelecem uma cumplicidade espiritual no convívio entre os participantes, linda de sentir. Nenhuma das almas presentes em retiro era a mesma da minha estreia, mas ficou a sensação de que quem escolhe viver esta Verdade, mesmo sem nunca se ter conhecido, é como se fosse amigo desde sempre. É uma das magias do Monte: gente maravilhosa que o Universo reúne em fusão de energias e convívio em Amor Universal, a ajustar a sintonia com o Divino que está dentro e fora de cada um de nós. Daqui, sai mais um slogan: «Vou ao Monte conviver com velhos amigos acabados de conhecer». Saudações saudosas a todos quantos me cruzei no Monte.
Já me manifestei atrás sobre achar essencial o tempo de meditação, mas como adepto de respirar a Essência Divina expressa no meio ambiente predominantemente não humanizado, não poderia deixar de referir os benefícios que trazem à almejada paz interior as revigorantes caminhadas pelo regaço da Mãe Natureza, sentir o aconchego do seu abraço, o constante apelo à integração na sua harmonia, sussurrado ao ouvido dos caminheiros no suave agitar da vegetação pela brisa, ou essa mesma brisa soprando ao ouvido, no belo canto de uma ave, ou ainda expressa na beleza das formas não emitentes de qualquer som, mas cuja mensagem é sempre a mesma em diferentes géneros de linguagem: «vive, desfruta e gratifica», incitando a inteligência a glorificar o Criador, e a apreciar constantemente maravilhado a Sua Criação. Quanto à usual parte de se excluir a visão, apenas vou mencionar que é um fascinante paradoxo o de avistar de olhos vendados, o que abertos ocultam. Ao preencher a mente influenciado pela informação que me transmitem, ensurdecem os olhos da alma, vendados pelos ruidosos apelos do mundo exterior, ocultando-se debaixo destes pormenores importantes à orientação interior.

«Renascer» foi tópico deste Retorno, e o exercício mental e físico da recriação do renascer tendo o Mestre como “parteiro”, com a intervenção de todos os presentes “amparando o útero” para o renascimento de cada um, foi uma experiência que me marcou (o “Angel” ainda me faz arrepiar a alma, quando irrompe pelo canal auditivo). Na atmosfera pairava uma carga emocional de densidade quase palpável pela interiorização da revisita ao instante em que abandonamos o aconchegante universo particular do útero materno, para ingressarmos no Universo Global, entrada na dimensão de todas as finalidades da existência do Ser. Contudo, não me senti como criança em útero, mas como lagarta em casulo, a metamorfosear para sair como borboleta pronta a voar em direção à Luz. Ora, desejando eu retroceder ao espírito de infância, num exercício de aproximação a esse estado no seu ponto de origem, sinto-me uma lagarta?! Tem o seu quê de misterioso. Tenho um ponto de vista acerca disso, mas… Aceitam-se interpretações.
A borboleta que vai ganhando forma nesta «Operação Renascer» sabe que não poderia ganhar asas se insistisse em permanecer fechada no casulo, e sente felicidade imensa por romper a cápsula em que tem vivido alojada e sente já resultados visíveis deste abrir de asas. Tem igualmente plena noção de que tem apenas parte do mérito, embora reconheça que todo o processo se inicia de dentro para fora, duas influências exteriores foram preponderantes para a metamorfose. Acerca de uma delas e do seu fantástico trabalho, no entusiasmo e alegria com que redijo este testemunho, encontra-se patente a minha gratificação. Quanto ao segundo elemento, poderia iniciar aqui uma história interminável que adormeceria o mais desperto a ler as descrições dos seus feitos e das suas qualidades. É o maravilhoso Ser que partilha a vida comigo, (Paula Frias, Fofita para mim), e me sinto privilegiado por partilhar a minha com ela. Foi a Fofita que me ativou o despertar, e o Joaquim alimenta-o com a eficácia das suas receitas confecionadas na simplicidade de quem entende a Vida como o meu Eu deseja alcançar. Vou segredar-vos que se realmente a reencarnação existe no sistema de Vida, quando chegar Lá acima, vou saber imediatamente qual o modelo de impresso necessário para fazer a requisição ao Criador para voltar a partilhar nova vida com ela, assim ela esteja disposta ao mesmo. O melhor é pedir logo dois impressos…
As visitas ao Monte serão sempre feitas de preferência em família, mas pelo menos em casal, porque só assim têm integral sentido. Embora moam o esqueleto, fortalecem a alma e reforçam a união familiar, e com o crescimento em uníssono a evolução será superior e de benefício geral para nós, e para quem nos rodeie. Resta-me salientar os efeitos benéficos trazidos dos ares do Monte, que vão desde a apreciação do ar que respiro à difusão da paz interior conseguida pela irradiação intencional de Amor Incondicional do Eu para o Universo (gente, animais, plantas….). Incluo ainda a serenidade interior de viver o instante, despindo-me da ânsia de chegar ao próximo. Tudo tem o seu tempo, e desta vez sem desassossego, vou –me deleitando com cada fração temporal até ao regresso, que está para breve. Até lá. Saudações de Gratidão Eterna, Irmão Joaquim, Amigo do Coração e da Alma, sempre perto, sempre dentro.


Paulo Frias

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