terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Meu Mestre

Agradeço a Deus o dia entrste na minha vida, tudo em mim mudou, eu consegui ser eu, sempre amei os outros mas agora o amor é diferente.

Quim tu és um dos tres homens mais importantes da minha vida.

Amo-te muito e agradeço-te pela nova vida que me deste.

Namasté

Graça Carrilho

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009


Em Setembro último uma ligação de 28 anos e 12 anos de vida em comum chegaram ao fim. Uma parte essencial da minha vida acabava violentamente, sem que nada pudesse fazer para inverter o fluir dos acontecimentos, que me destruíam a alma, roubando-me emoções preciosas.
Num comportamento sem pudor, miserável, a pessoa a quem tinha entregue o melhor de mim humilha-me, rejeita-me, troca-me. Quando a ponte entre duas pessoas desaparece, ambas construíram essa ruína. No entanto, e sabendo que também eu fui responsável, sinto que nada explica a falta de carácter das atitudes que fui forçada a viver.
Nada disto é novo. Muitos viveram este sentir antes de mim. Muitos o vivem neste momento. E muitos outros o viverão em futuros a construir. Dizem que disto é feita a Vida. E assim é.
A diferença, a grande diferença, é que esta realidade era agora a minha. Era a minha vida. Ou melhor, a vida que eu não tinha pedido, que eu não tinha sonhado, mas que era obrigada a viver. Em meia dúzia de semanas, tudo era diferente – uma nova casa, um novo quotidiano, novos aromas, novos sons. E a ausência. A ausência que se instalava e transformava em dor. E a dor que falava de saudade.
E é neste momento tão terrível de mim própria, tão vazio de sentidos, que alguém me olha, me ouve e me sussurra um apoio. Pois! Quando Deus fecha uma porta, abre logo uma janela. Dizem… E dizem bem. A mim não me abriu uma janela…. Escancarou-me, suavemente, uma varanda de Luz, um caminho de reencontro, um livro de respostas. Alguém me soprou ao ouvido “Porque não vais falar com Joaquim? Ele ouve melhor que muitos, vê mais longe que todos.”
E eu fui. Fui com a certa certeza que, sozinha, não conseguiria erguer-me com a força que, em mim, tinha sido devastada.
O Joaquim ouviu a minha tristeza revoltada, compreendeu a minha dor sem respostas. Fez-me saber que tudo isto faz parte de um percurso que é meu e que, como tal, tenho que aceitar e viver plenamente. Ensinou-me que viver é aprender. Aprender, acima de tudo, a elevarmo-nos acima de nós próprios. Aprender a chegar até à Luz da Vida, que nos indica o caminho certo. Aprender a agradecer Tudo, até o que de menos bom nos acontece.
Aprender a olhar à nossa volta e a ver. A ver mesmo. Com olhos de bondade, de carinho, de ternura. Aprender a não magoar, a respeitar, a aceitar o outro tal como ele é, pois só assim ele poderá melhorar, elevando-se. E nós também.
E tudo isto o Joaquim fez sem críticas negativas, sem olhares reprovadores. Fê-lo, acima de tudo, com uma paciente humanidade e humildade. Que eu também estou a aprender.
A dor não me abandonou. Tenho que a esgotar. A tristeza não se foi. Tenho que a aprender.
Mas sou hoje uma pessoa diferente. Sou alguém que compreendeu que a força que vive em todos nós deve ser alimentada. Que a dor pode ser uma inesgotável fonte de saber. E que, se quisermos, podemos transformar tudo o que de menos bom nos impõem.
Obrigada a mim, que fui uma aluna excelente.
Obrigada, acima de tudo, ao Joaquim, que foi um mestre brilhante.
M. S.
Lisboa
10/02/09